Capoeira -“Bimba e Pastinha”
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Mestre Bimba e Mestre Pastinha são figuras históricas da capoeira brasileira, tendo contribuído de maneira significativa para o desenvolvimento e reconhecimento dessa arte marcial. Ambos nasceram na Bahia, estado que é considerado o berço da capoeira, e dedicaram suas vidas para preservar e aprimorar essa prática.
Mestre Bimba, cujo nome verdadeiro era Manoel dos Reis Machado, nasceu em 23 de novembro de 1900, na cidade de Salvador. Desde cedo, demonstrou interesse pela capoeira e aos doze anos de idade começou a treinar com o mestre Bentinho. Bimba desenvolveu uma nova metodologia de ensino, baseada em uma sequência de movimentos pré-definidos, que permitia uma maior organização e disciplina nas rodas de capoeira. Ele também criou o primeiro centro de capoeira do Brasil, a Luta Regional Baiana, em 1932. Com isso, Mestre Bimba conseguiu tirar a capoeira da ilegalidade e do estigma de prática marginalizada que tinha na época.
Mestre Bimba também foi responsável por introduzir elementos de outras artes marciais, como o boxe e a luta livre, na capoeira. Ele acreditava que essas influências tornavam a prática mais eficiente e moderna, o que gerou polêmica entre os capoeiristas mais tradicionalistas. No entanto, sua abordagem inovadora e seu comprometimento em divulgar a capoeira como uma arte marcial legítima foram fundamentais para o reconhecimento da capoeira como um esporte nacional.
Já Mestre Pastinha, cujo nome verdadeiro era Vicente Ferreira Pastinha, nasceu em 5 de abril de 1889, também em Salvador. Ele aprendeu capoeira ainda criança, treinando com o mestre Benedito. Pastinha desenvolveu um estilo próprio de capoeira, conhecido como Angola, que valorizava a tradição e a musicalidade da prática. Ele fundou a primeira academia de capoeira Angola do Brasil, em 1941, e foi um dos principais defensores da preservação da cultura africana na capoeira.
Mestre Pastinha também foi responsável por difundir a capoeira Angola pelo mundo, participando de diversas apresentações e eventos internacionais. Ele acreditava que a capoeira era uma forma de resistência cultural e que deveria ser preservada como um patrimônio do povo brasileiro. Infelizmente, Mestre Pastinha acabou morrendo em 1981, na miséria e praticamente esquecido pelo governo e pela sociedade, apesar de seu enorme legado para a capoeira.
Tanto Mestre Bimba quanto Mestre Pastinha foram fundamentais para a capoeira brasileira, cada um à sua maneira. Enquanto Bimba foi responsável por modernizar e legitimar a prática, trazendo elementos de outras artes marciais e organizando a primeira academia de capoeira do país, Pastinha foi um dos principais defensores da tradição e da cultura africana na capoeira, valorizando a música, a dança e o ritual que fazem parte dessa prática.
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